Coronavírus no Brasil: entenda os impactos da pandemia no comércio exterior

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Há, sem dúvida, um assunto predominante entres os gestores de comércio exterior: quais serão os desdobramentos do coronavírus no Brasil e no mundo? 

A cada dia, uma avalanche de novas informações ameaça redesenhar e ressignificar o panorama do mercado; mas, em função da volatilidade dos dados, é preciso ter cautela para tomar qualquer decisão de negócios.

Neste post, você entenderá um pouco mais sobre os impactos do coronavírus nas atividades de importação e exportação. Primeiramente, exploraremos a conjuntura da pandemia e suas implicações na economia mundial.

Em seguida, você saberá quais são os principais desdobramentos da atual crise de saúde na rotina de comércio exterior, tornando-se apto a identificar fatores de risco direto à sua operação. Por fim, ajudaremos a sua empresa e fortalecer a estratégia corporativa por meio de dicas valiosas para superar os efeitos nocivos do coronavírus.

Boa leitura e bons insights!

Coronavírus: qual é o cenário mundial da pandemia?

Os primeiros relatos do Covid-19, popularmente conhecido como coronavírus, surgiram ainda no final de 2019 em Wuhan, na China. Muito embora ainda haja certa incerteza no que diz respeito ao surgimento e à trajetória do vírus, os cientistas já sabem que se trata de um organismo modificado, derivado dos já conhecidos SARS-CoV e MERS-Cov.  

Em um mundo globalizado, no qual as barreiras físicas foram suprimidas e onde existe intenso trânsito de pessoas e de mercadorias, não é difícil imaginar o potencial de expansão de um vírus que, além de nocivo, também é altamente contagioso. Bastaram algumas semanas para que o coronavírus chegasse a todos os demais continentes, do Oriente Médio às Américas. 

A preocupação com a pandemia levou a grande maioria dos países a fechar suas fronteiras e suspender todas as atividades consideradas não essenciais — tais como, é claro, as rotinas de comércio exterior. 

Nesse cenário, muitas negociações foram interrompidas e o impacto econômico foi imediato. Mesmo que não seja possível precisar a dimensão das perdas, é necessário manter-se atento às mudanças no contexto e preparar-se para a retomada dos mercados. 

A China, por exemplo, é a principal parceira comercial do Brasil e mostrou recuperação no comércio exterior ainda no começo de março, indicando que há boas perspectivas para o setor no médio prazo. 

É preciso, portanto, que os líderes da área estejam a par dos desafios e, ao se prepararem para enfrentá-los, disponham de dados críveis para embasar as decisões mais estratégicas, elaborando um plano de prevenção e contingência.

Coronavírus no Brasil: quais são os impactos no comércio exterior?

No Brasil, a progressão na transmissão do vírus tem sido menos agressiva do que a relatada em países mais atingidos, tais como Itália e Espanha. As medidas de isolamento social contribuíram para resultados positivos, mas, da mesma forma, tiveram impactos diretos na dinâmica do mercado nacional e internacional. Confira alguns dos principais!

Atrasos no embarque de mercadorias

A paralisação global interferiu frontalmente no cronograma das transações internacionais. Na China, por exemplo, ainda que o comércio de alimentos tenha aumentado quase 10% no primeiro bimestre de 2020, o cancelamento de rotas marítimas ocasionou atrasos no escoamento global de mercadorias. 

Com embarques comprometidos, toda a negociação precisa ser revista. Além disso, existe a possibilidade de desabastecimento, uma vez que a China é a maior potência exportadora do mundo.

Falta de contêineres disponíveis

Além de uma grave crise de saúde, o coronavírus também desencadeou uma crise logística significativa. Com as operações chinesas paralisadas após as celebrações de ano novo, no fim de janeiro, houve acúmulo de carga — e, por consequência, de equipamentos — no país.

Os contêineres, portanto, estão com cronogramas de descarregamento atrasado e poderão demorar mais do que o previsto para que sejam reposicionados, atendendo novas demandas em outros locais, como o escoamento de frutas no hemisfério sul. 

Com isso, é natural que a procura aumente e, assim, eleve os preços dos contêineres que estiverem disponíveis.

Redução da alíquota do Imposto de Importação

A Camex (Câmara de Comércio Exterior) reduziu a zero a alíquota do Imposto de Importação que incidia sobre 313 produtos médico-hospitalares até o momento. Como por exemplo, insumos para a produção de respiradores, medicamentos, equipamentos médico-hospitalares, álcool em gel, máscaras, luvas e outros bens destinados ao combate à pandemia.

A medida vigora até o fim de setembro e o objetivo principal é simplificar a produção e o despacho de mercadorias utilizadas no combate ao coronavírus, também contando com a eficiência do comércio exterior no combate ao Covid-19.

Otimização dos processos burocráticos

No fim de março, um esforço conjunto entre o Ministério da Economia e o Ministério da Agricultura permitiu que todos os dados referentes a importações de produtos vegetais (bem como seus subprodutos) fossem processados no Portal Siscomex.

Dessa forma, a burocracia nos sistemas portuários brasileiros pôde ser reduzida, favorecendo a segurança e a agilidade das transações internacionais. 

Fiscalização rigorosa da ANVISA

Desde o enrijecimento das medidas para conter a disseminação do Covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) adotou normas mais rigorosas para proteger o território brasileiro.

Caso haja algum caso suspeito em determinado navio, por exemplo, a embarcação não recebe autorização para operar e nenhum desembarque é permitido, até que a inspeção oficial ocorra — para eliminar ou confirmar a ocorrência. 

Como superar os desafios da pandemia?

A adaptação à crise do coronavírus exige estratégias sólidas e robustas. A boa notícia é que medidas do Governo, pensadas para viabilizar a retomada das negociações internacionais podem ajudar a alavancar as operações. 

Além disso, não seria equivocado dizer que, para superar os impactos da pandemia da forma mais orgânica e eficiente possível, é preciso tornar as operações mais enxutas, ágeis e integradas. A tecnologia de gestão é, de fato, um dos aliados mais poderosos no esforço de otimizar recursos e de maximizar retornos.

Por isso, vale ressaltar que os desdobramentos do coronavírus no Brasil — assim como na maioria dos demais países — ainda são pouco conhecidos e carregam uma carga incômoda de incerteza. Uma coisa, porém, é certa: empresas mais preparadas terão uma recuperação mais rápida e coesa quando a economia mundial voltar aos trilhos. E que seja em breve!

A essa altura, você já está mais preparado para analisar o contexto do coronavírus e entender quais táticas são mais pertinentes ao seu negócio neste momento. Aproveite, ainda, para acompanhar a situação das principais aduanas brasileiras frente à pandemia do Covid-19. Conte com a Pibernat!

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